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Omnia in Unum

Omnia in Unum

The Musk Dilema

[caption id="attachment_730" align="alignnone" width="750"]elon-musk-750x430 Crédito: ZNews24[/caption]Apenas uma nota para tentar perceber algumas coisas que, pelo menos a mim, me fazem muita confusão...
  • Em situações como a tragédia da Tailândia, muitas vezes as pessoas mais famosas, e com fortes possibilidades financeiras (algo por vezes não relacionado) são acusadas de nada fazerem para lá da mera retórica de circunstância.
  • Elon Musk colocou a sua The Boring Company a pesquisar formas de conseguir ajudar as 12 crianças e o treinador que se encontravam na gruta. Ainda no decorrer das operações, Musk e a Boring Company propuseram uma solução para auxiliar as operações. Não sou técnico para avaliar se seria uma solução viável ou não, mas atendendo ao facto de que parece terem existido contactos com as equipes no terreno, pelo menos esse conhecimento foi passado para a realização do protótipo, que chegou a ser deslocado para o terreno, levado pelo próprio Elon Musk.
  • Após a colocação deste trabalho à disposição, Musk foi basicamente alvo de uma campanha de insultos no Twitter, que não parou após a afirmação de que esta solução estaria à disposição para eventuais situações de emergência futura, de carácter similar.

Não percebo...está-me a escapar alguma coisa?

Major Tom

[caption id="attachment_123" align="alignnone" width="1024"]Starman_SpaceX Credit: Space X[/caption]

Como todo o mundo, assisti com um misto de admiração e alegria ao lançamento do Falcon Heavy. Numa ótica mais pessoal, juntou-se a este sentimento um certo revivalismo de alguém que sempre gostou muito de astronomia e da ciência astronáutica, e que sentia, desde o final da guerra fria e de alguns lançamentos ocasionais, falta desse imaginário infanto-juvenil, relacionado com a exploração espacial, preso num certo cinzentismo de uma rotina automática e circular em que a mesma se foi tornando. Não que ela não nos trouxesse a magia de cada vez melhor conhecermos a nossa real dimensão no universo (assim como a real consciência da mesma) mas...faltava algo.

Com o Falcon Heavy, a magia da exploração espacial renasceu. E por entre um ambiente geopolítico que evoca a dinâmica de blocos da guerra fria, onde nasceu e se desenvolveu num imemorial primeiro capítulo, renasce simbolizada do eterno Major Tom, o ícone da canção de Bowie...sim, oficialmente chama-se Starman, mas prefiro pensar que é o Major Tom que navega no espaço, transportando em si toda uma nova iconografia baseada no homem em vez do estado, na humanidade em vez do grupo, na conexão em vez dos conectados...a sua nave espacial já não é um símbolo de uma competição, mas de um engenho que mais que a visão de engenho humano e social de Elon Musk, transporta para o espaço o nome de um dos maiores génios que a humanidade, em toda a sua história, alguma vez conheceu, unidos por uma visão diferente, e alternativa do ser humano...Musk ao nível mundo, Tesla ao nível da eternidade.

Voltando à visão pessoal, o Falcon Heavy é também um símbolo de solidão, não com o significado mercantilista dos dias que correm, mas com a capacidade de interiormente discernir o que de mais vasto existe em nós, independentemente da distância e libertos dos grilhões do tempo...de que ainda vale a pena pensar o mundo e a humanidade no contexto da sua história, das lições aprendidas e dos horizontes alcançados por entre as pregas do espaço-tempo. Não sei se o Major Tom pensa nestas coisas no seu caminho para Marte. Gosto de pensar que sim, e de acreditar que quem nos guia pelo espaço nos mostra, de uma forma nova, o universo que todos nós vemos, o universo que desde sempre vive em nós.

Crédito da Imagem: SpaceX